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Inca: alimentação pode evitar 4 milhões de casos de câncer

Atualizado: 13 de dez. de 2021

Angelina Jolie mais uma vez foi notícia no mundo, ao anunciar que retirou na última semana os ovários e as trompas de falópio, após serem detectados sinais precoces de câncer. A atriz de 39 anos já havia feito uma cirurgia preventiva de retirada das mamas em 2013, por conta de mutação no gene BRCA1.


Os casos hereditários de câncer, como o da mulher de Brad Pitt, respondem apenas por 10% da incidência da doença. Os outros 90% são casos esporádicos, adquiridos durante a vida por causa do contato com agentes físicos (raios solares, por exemplo), químicos (cigarros e bebidas) e biológicos (vírus como o HPV)”, explicou o cirurgião oncologista Ademar Lopes, vice-presidente do A.C.Camargo Câncer Center. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), de 3 a 4 milhões de casos poderiam ser evitados no mundo apenas com mudança na alimentação.


Isso significa que nossos hábitos de vida estão intimamente relacionados com o aparecimento da doença. Entre as dicas do Inca, por exemplo, está evitar churrascos com frequência, preferindo carnes assadas, cozidas e ensopadas. “A alimentação e a nutrição inadequadas são responsáveis por até 20% dos casos de câncer nos países em desenvolvimento, como o Brasil, e por aproximadamente 35% das mortes por essa doença”, afirmou Thainá Malhão, nutricionista da Unidade Técnica de Alimentação, Nutrição e Câncer do Inca.


“Acredita-se que uma dieta adequada, com mais alimentos protetores (frutas, legumes, verduras, feijões e outros grãos, sementes e castanhas) e menos alimentos que aumentam o risco (frios à base de carne, produtos alimentícios industrializados prontos para consumir ou aquecer e bebidas açucaradas) possa prevenir de 3 a 4 milhões de casos novos da doença a cada ano no mundo. Ou seja, para cada 100 pessoas com câncer, 33 casos poderiam ser prevenidos”, complementa Thainá.


Ademar Lopes afirma que os cânceres do intestino grosso estão relacionados a uma dieta pobre em fibras. “O prato ideal deve conter proteínas, açúcares e gorduras sem exageros, sempre com predomínio de fibras. O ideal é que seja bem colorido”, aconselha, ao lembrar que a expectativa de vida mais alta faz com que as pessoas fiquem expostas mais tempo aos agentes causadores de câncer, daí a importância de manter hábitos saudáveis. E também de fazer exames preventivos rotineiramente. “O diagnóstico precoce ajuda na cura de até 90% dos cânceres em estágio inicial”, afirma.


Em relação a estudos que mostram que um alimento X ou Y tem capacidade para evitar a doença, deve-se ficar atento. “Nenhuma substância natural tem poderes mágicos isolados. Apesar de os alimentos in natura, como frutas, legumes, verduras, sementes, castanhas, feijões e outros grãos, possuírem substâncias que protegem nosso corpo, um ou outro consumido de forma isolada não é suficiente para evitar a doença”, explicou o nutricionista Fabio Gomes, também do Inca.


O profissional alerta ainda que os suplementos alimentares não são recomendados para a prevenção do câncer e podem ser perigosos para a saúde. “A maioria das pessoas não necessita desses produtos, pois uma alimentação saudável é suficiente para suprir as necessidades nutricionais e proteger contra várias doenças. Quando comemos, os alimentos nos fornecem uma variedade de nutrientes que, combinados, reagem de forma natural no nosso corpo.


Ao tomar nutrientes isolados, na forma de suplementos, esta reação não é igual. Além disso, não recebemos alguns elementos importantes como, as fibras alimentares”, explicou Gomes. “Todas as frutas, legumes e verduras devem ser valorizadas, e consumidas de forma variada atingindo no mínimo 400g por dia”, complementa.


Confira abaixo 12 recomendações do Inca sobre alimentação, nutrição, atividade física para prevenção de câncer.


1) Manter o peso corporal adequado é uma das principais formas de prevenir o câncer.


2) Experimente atividades físicas como parte da rotina diária, começando por aquelas que lhe deem prazer, como caminhar, andar de bicicleta, dançar, nadar, dentre tantas outras. Quanto mais se movimenta o corpo, mais protegido estará contra o câncer!


3) Frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, sementes e castanhas protegem contra o câncer, fortalecendo nosso sistema imunológico e ajudando a regularizar o funcionamento do intestino. Faça deles a base da sua alimentação!


4) Procure diminuir os alimentos e bebidas com alto teor calórico, do tipo fast-food e industrializados, pois eles promovem excesso de peso e obesidade que aumentam a chance de desenvolver câncer.


5) Carnes vermelhas como de boi, porco, cordeiro e cabra podem causar câncer se consumidos em grande quantidade. Portanto, o seu consumo deve ser limitado a menos de 500 g por semana.


6) As carnes (brancas e vermelhas) fritas, grelhadas, defumadas ou preparadas como churrasco podem aumentar a chance de desenvolver câncer. As melhores formas de preparo das carnes são assadas, cozidas e ensopadas. Resgate o prazer de cozinhar para estimular uma alimentação saudável!


7) O excesso de sal e alimentos com conservantes, como carnes salgadas e defumadas, alimentos industrializados prontos para consumo e frios à base de carne (ex. mortadelas, presuntos, peito de peru, salsichas e linguiças) devem ser evitados.


8) Bebidas alcoólicas favorecem a formação de câncer, por isso é recomendado que não sejam consumidas.


9) O uso de suplementos alimentares, como cápsulas com vitaminas e minerais, sem recomendação profissional pode ser perigoso para a saúde. Para a população em geral, uma alimentação saudável é suficiente para proteger contra o câncer.


10) O consumo frequente de adoçantes artificiais adicionados a bebidas e alimentos ou presentes em produtos light , diet ou zero, pode causar algumas doenças como o câncer.


11) Os agrotóxicos utilizados na produção da maioria dos alimentos no Brasil causam danos à saúde do produtor rural e do consumidor. Sempre que possível, dê preferência aos alimentos orgânicos!


12) Amamentação protege as mães do câncer de mama e os bebês do sobrepeso e da obesidade. A criança deve receber somente o leite materno até os 6 meses. A partir de então deve receber a alimentação complementar saudável mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.


*Matéria publicada no Portal Terra Saúde.




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